Sacudiu uma, duas, três, várias vezes. O líquido turvo ainda escorria pela parede branca do mijador quando encostou o pedaço de papel higiênico, simetricamente dobrado em quatro, na glande, como que a beijar os lábios da uretra. Quase sempre funcionava e colocava a cueca a salvo dos últimos e indesejáveis pingos da urina amarelada pelos remédios. Com olhar disfarçado percebeu que o sujeito à sua esquerda tentava timidamente esconder o pênis miúdo. Esboçou um sorriso de superioridade, enquanto o zíper subia arranhando os trilhos. Contente, atirou o papel no cesto e se foi.
RAUL POUGH
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