a Raul Pough
Gente, no meio de extremos
ao sol do meio-dia
entre a vida que havia
e a morte que ardia!
Ávida, a avenida ia
incólume, entre os carros
que iam, entre o asfalto
que ria da agonia
e ia com toda a rapidez
atrás das riquezas
Entre o dia e a noite,
entre a flor e o açoite,
entre a dor e o que fosse
dor, gente, no meio ...
Gente dormente, feto refeito
sem o hálito quente
do beijo
do seio materno
do desejo fraterno
de tirar a mente do feio
e repousar no belo
Gente, nas garras da metrópole
presa em octópodes ligas de metal leve
presa às ações caóticas do caos que ferve
e seu encéfalo diabólico
gente ...
e quando percebemos
a miséria que se impõe
pouco notamos que há
gente, no meio de extremos
MAURO VERAS
Por conta de um comentário que fiz sobre seu poema GUETO, abaixo reproduzido, meu amigo e poeta Mauro Veras brindou-me com este outro poema, que nasceu justamente das palavras do tal comentário. Valeu, irmão!
Um comentário:
Raul,
sabemos, poetas que somos, sobre a importância de intercambiar sentidos, uns para os outros, e todos através dos poemas. O brinde foi erguido por você, ao receber sensivelmente - poeta que é! - meu humilde poema, e fazer dele vida em seu comentário ... eu, só fiz levar minha taça à sua!
Forte abraço, e obrigado, amigo!
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