sábado, 17 de janeiro de 2009

Descolor(ações)


Verso pouco as cores do arco-íris
Parei logo nos sorrisos amarelos
Não saberia ser menina cor-de-rosa
Naturais me eram versos brancos
brancas ardências dardejadas
em centelhas luminosas

mas súbito meu âmago adormecido
explodiu em tons de lava e cinza

E eu versejo
porque que já não viceja em mim
germina de novo no bojo da palavra

O véu brumoso de fuligem que enegrece
meu discernimento vítreo espelhado
é só a junção de todas as cores da paleta

Na tinta suja dos negrumes versados
subsistem minhas cores puras
em nuances desveladas à boa luz


IRIENE BORGES