status quotidianus, desvairamentos específicos, alucinações genéricas, poesia textual, imagética, minimalismo, alka-seltzer y otras cositas más...
sábado, 19 de junho de 2010
quinta-feira, 3 de junho de 2010
eva continua louca por maçãs
não sei
se vez
se talvez...
não sei
se ogiva certeira
se lua cheia
não sei
se mentira
se semente...
não sei
se mar vermelho
se travessia
não sei
se blefe
se realidade...
não sei
se pedra dura
ainda fura
não sei
se destino
se desatino...
não sei
putz... do além, do aquém?
não sei
não sei
se sonhar é perigo
se é preciso...
não sei
se amarelo no branco
se rosa ou azul
não sei
se mera quimera
se inútil espera...
se um mais um
é outro...
ah, quem dera!
RAUL POUGH
sábado, 3 de abril de 2010
Sináptico
Então tá combinado,
que é pra deixar teu cheiro
morando atrás das grades dos meus olhos
e despistar assim
as falhas da memória:
fragmentos teus
em todos os meus lobos.
FLÁVIA PEREZ
domingo, 28 de março de 2010
Somente... Amor!
Busco um amor que venha tão de mansinho que todas as estrelas olhem para ele e sejam coniventes ao acontecer.
Não precisa ser do tamanho do infinito, mas não reclamarei se for o próprio.
Não exijo que seja daqueles que a gente lê nos livros, que nos ensinam na infância ou que projetam como imortal, mas se tiver essas características também aceito – desde que seja mais que encenação.
Durante todo o dia quero existir nele e que ele exista em cada poro do meu corpo mesmo ausente. Tipo parasita e hospedeiro, cada qual a doar ao outro o necessário para a existência.
Amor desse que não enlouquece de ciúmes, pois sabem os amantes o que representam um para o outro e respeitam os sentimentos. Mas se acontecer em dado momento de pintar um ciúme que a gente saiba espantar, juntos, qualquer dúvida que queira estragar a beleza.
Que venha suave e incendeie a cama, a casa. Que deixe impregnado nas paredes o seu cheiro, a sua imagem, os seus risos, as suas lágrimas. Que apresente suas feridas, mas que nenhuma delas seja forte o suficiente para ferir e nos lançar ao canto solidão.
Que esse amor não deixe ninguém destruir nossas certezas porque a inveja os domina e não são capazes de compreender a força e a magia que envolve tudo o que é abençoado.
E quando a gente entrar na dança das almas e sorrir inocentes crianças, que o céu nos conceda caminhos juntos caso o regresso nos habite. Que a gente nunca, nunca esteja separado em mundo algum.
Se a matéria de um tiver tempo a menos que a do outro, que o que ficar acredite no próximo encontro e continue a amar o corpo ausente no silêncio do coração, nos labirintos da mente e na alma eterna.
Busco um amor que não seja ilusório, amor que preencha a vida de flores, de paixão, de sol e chuva. Amor que não precise exigir de mim coisa alguma, pois toda eu, serei dele, a realização plena de tudo o que anseio.
Amor só amor.
ELIANE ALCÂNTARA
bardoescritor.blogspot.com
sexta-feira, 26 de março de 2010
domingo, 21 de março de 2010
A língua lambe
A língua lambe as pétalas vermelhas
da rosa pluriaberta; a língua lavra
certo oculto botão, e vai tecendo
lépidas variações de leves ritmos.
E lambe, lambilonga, lambilenta,
a licorina gruta cabeluda,
e, quanto mais lambente, mais ativa,
atinge o céu do céu, entre gemidos,
entre gritos, balidos e rugidos
de leões na floresta, enfurecidos.
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
quinta-feira, 18 de março de 2010
quarta-feira, 10 de março de 2010
piegas como le gusta
deixou-se envolver
pela prenda mais faceira
agora é tarde...
não adianta querer
tapar o sul com a peneira
RAUL POUGH
segunda-feira, 8 de março de 2010
domingo, 7 de março de 2010
Cruel
Não foi o meu não
mas o teu sim,
na quimera da paixão do minuto,
o autor da matança.
Nem minha lágrima esperou
meu coração, nem agonizou.
SANDRA FALCONE
in: "Retraços de Mulher" (1998)
quinta-feira, 4 de março de 2010
quarta-feira, 3 de março de 2010
segunda-feira, 1 de março de 2010
1027
I
sonho
voo pra quase bem longe...
jackson city…
johnny & june cruzam a rua
de mãos dadas
num outdoor
miss mississippi, seminua
retoca o batom
e um velho vapor
singra em desassossego
o sono das águas
II
sonho
voo pra quase bem perto...
urbe, outrora tape rincão...
dorme princesa sob um céu sulino
de 1027 estrelas
meio rosa meio anja
brilha apaixonada sob o luar
a musa flor dell’acqua
e um novo amor
atravessa em voo cego
o sono das nuvens
III
num vapt vupt
sequestra o meu dormir
a deusa das horas
dou de ouvidos
com a tevê que cochilou
ao som de pink
floyd explica
com seu ar professoral
: não foi plágio
só outro estágio
a vida não se repete, afinal
pense about... think
IV
e deixou-me
a flertar com meus pensares
refém da insônia
V
que vírus é esse
que se instala no coração,
veloz e fatal
que chega
avassalador e inarrependível
pra ficar, pra sempre
que faz da febre
o pão nosso de cada dia
de cada noite
que transforma
em demanda irreversível
o dom da presença
que vírus é esse?
VI
quero esta peste
que me invada, me infeste
me faça submisso
que vacina, que nada
eu quero mais é morrer disso
que viver... é isso!
que sucumbir a este amor
seja meu último compromisso
tudo o que me reste
RAUL POUGH
Certeza
De tudo ficaram três coisas:
a certeza de que estamos sempre começando...
a certeza de que é preciso continuar...
a certeza de que seremos interrompidos
antes de terminar...
Façamos da interrupção um caminho novo...
Da queda, um passo de dança...
Do medo, uma escada...
Do sonho, uma ponte...
Da procura, um encontro.
FERNANDO SABINO
domingo, 28 de fevereiro de 2010
Te digo adiós
Te digo adiós y, acaso, te quiero todavía,
no puedo olvidarte, pero te digo adiós.
No sé si me quisiste, no sé si te quería,
o tal vez nos quisimos, demasiado, los dos.
Ese cariño nuestro apasionado y loco,
me lo metí en el alma, para quererte a ti.
No sé si te amé mucho, no sé si te amé poco,
pero sé que nunca volveré a amar así.
Te digo adiós y, acaso, con esta despedida
mis mejores sueños mueren dentro de mí.
Pero te digo adiós, para toda la vida
aunque toda la vida siga pensando en ti.
JOSÉ ÁNGEL BUESA
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
campanário
não sei se destino
se talvez desatino
o que explica, então
isto aqui dentro
mal conseguia pulsar, agora
bate como um sino?
RAUL POUGH
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
Safena
Sabe o que é um coração
amar ao máximo de seu sangue?
Bater até o auge de seu baticum?
Não, você não sabe de jeito nenhum.
Agora chega.
Reforma no meu peito!
Pedreiros, pintores, raspadores de mágoas
aproximem-se!
Rolos, rolas, tinta, tijolo
comecem a obra!
Por favor, mestre de Horas
Tempo, meu fiel carpinteiro
comece você primeiro passando verniz nos móveis
e vamos tudo de novo do novo começo.
Iansã, Oxum, Afrodite, Vênus e Nossa Senhora
apertem os cintos
Adeus ao sinto muito do meu jeito
Pitos ventres pernas
aticem as velas
que lá vou de novo na solteirice
exposta ao mar da mulatice
à honra das novas uniões
Vassouras, rodos, águas, flanelas e cercas
Protejam as beiras
lustrem as superfícies
aspirem os tapetes
Vai começar o banquete
de amar de novo
Gatos, heróis, artistas, príncipes e foliões
Façam todos suas inscrições.
Sim. Vestirei vermelho carmim escarlate
O homem que hoje me amar
Encontrará outro lá dentro.
Pois que o mate.
ELISA LUCINDA
domingo, 21 de fevereiro de 2010
intimidade
não se trata de uma sede ser capaz de fazer evaporar
um oceano
ou de uma mentira poder ter absoluta razão, ou que
envaidece a abstracção na oxidação do cansaço estético.
e mesmo que não saibamos de que se trata,
sempre diremos que não consiste a fotografia deste momento
em inevitar a obliteração dos exemplos, de uma
consciência que extravia
colégios de identidade, palácios de consolação, relógios
casuais que dão forma aos pormenores do tempo.
encontramo-nos na orla do círculo, na superfície do branco
após o negro que o percorre e mutila como a
invenção que brota ou o poema que transnomina no ventre
e cujos versos mudam de lugar em caso de fogo
e natureza intacta.
sabemos apenas que o presente
é uma prótese do passado, e talvez isso chegue
para que devamos fechar os olhos, contornar os nossos
corpos sem uma só morte sobrevivente, e deixar que
o momento prossiga em completo vazio.
SYLVIA BEIRUTE
sylviabeirute.blogspot.com
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
domingo, 14 de fevereiro de 2010
sem bala na agulha
leucêmica inspiração
agoniza num canto vazio da alma...
respira por aparelhos
cruel prenúncio de fim,
versos chegam sem vida ao papel...
cemitério de palavras
poeta em febril angústia
rascunha o prefácio do féretro...
sabor da própria morte
RAUL POUGH
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010
5
acorde,
é o triste fim
deposite seus pedidos no guichê ao lado
atire seus desejos no cesto de lixo
as utopias,
leve-as pra casa
a opção é sua
se desejar guardamos pra você
espere a vida inteira
e acorde,
enfim
antes,
por favor,
assine aqui
FLÁVIO JACOBSEN
in: "Quase Tudo ou Nada Quase" (1997)
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
domingo, 31 de janeiro de 2010
1
Não se limite
a dizer coisa com causa.
Não beba o eco ou o cio
que brota de versos alheios.
Não se banhe duas vezes
no mesmo vazio,
mesmo estando cheio.
Não caminhe por estradas conhecidas
e nem queira novas perguntas
para suas velhas respostas.
Não se imite,
perca-se no caminho da volta.
JOÃO ANDRADE
in: " Por Sobre as Cabeças" (2005)
sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
pg. 42
você gastou tempo e perícia
para que eu ficasse apaixonado
mas tropeçou em tanta astúcia
e seu charme piscou o olho errado
depois fumou todo o meu cigarro
roubou meu isqueiro roubado
bateu a porta e o carro
e eu continuei ali sentado
outro dia chegou pelo correio
sua orelha e um pulso cortado
meu bem, te reconheci pelo cheiro
mas não fiquei preocupado
só saí e comprei um revólver –
baby, eu não queria andar armado
mas sua estupidez não lhe deixa ver
que eu não quero ser seu namorado
MARCOS PRADO
in: "Livro de Poemas de Marcos Prado" (1996)
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
domingo, 24 de janeiro de 2010
enquanto o depois não vem
quando ela... chegar pra valer
chamem o serviço de captação de órgãos
o coração?
ah, este nem pensar...
dois enfartes: uma safena, duas mamárias
quase um sergipe de área necrosada
insuficiência comprovada nas camas e escadarias
carvedilol, digoxina, cloridrato de amiodarona
hemifumarato de alisquireno, sinvastatina
indapamida, varfarina sódica, espironolactona
cloridrato de amilorida, furosemida, trimetazidina
e, de quebra, um bromazepam, que ninguém é de ferro...
diuréticos, beta-bloqueadores, antiisquêmicos
anti-hipertensivos, anticoagulantes, antiarrítmicos
glicosídeos, ansiolíticos, antidilipidêmicos
eletro e ecocardiogramas, cintilografias, e por aí vai...
além do mais, pra complicar, o cara
não funciona no tun-tum, tun-tum, de jeito nenhum
a coi$a é na base do din-dim, din-dim
troiano algum merece!
deixem-no onde está, portanto
do restante, façam o que quiserem
mas aviso, as unhas são quebradiças
RAUL POUGH
sexta-feira, 22 de janeiro de 2010
Voo cego
Em voo cego,
singro o nevoeiro.
Onde o radar que me guie?
Perco-me em labirintos interiores.
Que mistérios defendem
tantas portas seladas?
Quem me cifrou em enigmas?
HELENA KOLODY
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
Bolinha de gude
Era uma vez
três cães de raça:
Épico, Lírico, Alegórico.
Mas o guri gostava mesmo
era da cadelinha vira-lata
chamada Delírio.
MARIO PIRATA
in: "Calcinha Rosa de Cadeira de Balanço" (1988)
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
o poema não acabou
Lili, depois de 26 anos
divorciou-se de J. Pinto Fernandes
foi para os Estados Unidos
e casou-se com João
RAUL POUGH
domingo, 17 de janeiro de 2010
derivas e derivações
I
aviso aos navegantes:
o mar não está pra peixe
te liga, gaivota!
te liga, marinheiro!
a gaivota, instinto puro
põe-se a nidificar
o marinheiro, instinto burro
põe-se a desafiar
o mar, ondas explosivas de insensatez
o vento, furiosas rajadas de intolerância
no desencontro, encontra
o beijo ameaçador da tempestade
deixa-se seduzir
pelo deus primordial: caos
(pensa o que não deve, diz o que não quer
ofende, magoa, ofende-se, magoa-se)
e flerta com a imagem cadavérica
da princesa da foice, fatal
(e mete os pés pelas mãos, estúpido
e bota tudo a perder, cretino)
vê-se na antessala do apocalipse
e borra-se vergonhosamente
prostrado, à deriva
sofre sofre sofre sofre sofre
II
mas nem tudo está perdido
mayday mayday mayday
dit dit dit dah dah dah dit dit dit
liga 911, fala com aquele rapaz
luz e treva
disputam hegemonia no fim do túnel
enfim, lux
(mais sorte do que juízo)
III
singra a nau
riscando de amor a calmaria
velas a meio-pau
retinas brilhantes vislumbram a baía
o porto, de olhos preguiçosos
boceja um hálito aliviado
como quem desperta de um sonho ruim
a aproximação é lenta
o ancoradouro sorri hospitaleiro
abraça as amarras, assim...
o sabor do reencontro com o destino
traçado pelas marias de orion
tatuado ao vento com neon e purpurina
IV
da próxima vez,
te liga, marinheiro!
RAUL POUGH
sábado, 16 de janeiro de 2010
quinta-feira, 14 de janeiro de 2010
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
crime e castigo
drummond sabia das coisas
o amor é bandido; deveria ir preso
por formação de quadrilha
RAUL POUGH
Quadrilha
João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para o Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
tragédia romântica
(trailer)
ataco,
todas as armas
defendes,
todos os escudos
tombo ferido
finges de morta
acabo na UTI
tu, no cinema
the end
RAUL POUGH
domingo, 10 de janeiro de 2010
Muñeca de porcelana
a Carmen Váscones
Suenan infernales campanas de escuela
y yo entre viva y muerta me tambaleo.
Mientras el reloj de arena rojo
y mi terrible aracnofobia creen que estoy rota,
pues lo estoy;
como esa muñeca de porcelana
a la que le arranqué los ojos.
CAROLINA PATIÑO
TV-VIDA
Queria se editar na vida.
Tirar os maus pedaços.
Enxugar as passagens mal resolvidas.
E
Fazer a vida em contraplanos perfeitos.
Não deu.
A vida
É ao vivo.
MARCIA PELTIER
in: "As Garras do Mel" (1989)
Frívola
Estava no café há mais de meia hora. Sentada à mesa do canto, lia e se divertia com cigarros, da forma como pessoas elegantes o fazem. Tentava se concentrar, mas olhava para a porta quando qualquer um entrava. Não conseguia sair da página quarenta e cinco. Ele estava atrasado, ela estava esperando. Então, entrou, procurou seus olhos grandes e castanhos e sentou-se:
– Estou atrasado.
Ela terminou de ler e colocou um palito de mexer café para marcar a página. Fechou o livro, com aquele ar de desinteresse.
– Tudo bem.
Deu uma última tragada da mesma forma elegante, levantou o rosto e lançou a fumaça para cima. Ficou observando ao se dissipar no ar.
– Estava comprando agrião. Amo agrião, uma longa fila. Me atrasei.
– Tudo bem.
Apagou o cigarro devagar, batendo várias vezes no cinzeiro cheio. Sempre permanecia uma pequena ponta laranja acesa. Não era boa nisso de apagar cigarros, nem de pisar neles enquanto andava. Tentou vários métodos para medir a distância em que o jogava, a velocidade do ar e qual o tamanho do passo. Errava, sempre.
– Estava lendo, enquanto te esperava.
– O que fez de bom hoje?
– Li a página quarenta e cinco.
– Mais alguma coisa?
– Pintei as unhas de vermelho, é outro tom - esticando as mãos.
– Frívola.
– Compulsiva.
– Frívola.
– Lascívia.
– O quê?
– Lascívia é uma palavra tão bonita quanto frívola.
LETICIA FONTANELLA
leticiafontanella.blogspot.com
Me fodo todos os dias e nem gozo
Tentei, inutilmente, te dizer o quanto importa pra mim. Tentei fazer com que se importasse também. Grande coisa, isso de você ser assim, tão superior em alguns aspectos pouco (ou quase nada) práticos. Eu não ligo se sabe dizer o mesmo palavrão em oito línguas. Podiam ser doze e seria a mesma merda. Eu poderia te mostrar algumas coisas que sei e você se surpreenderia. Também sei que eu poderia ser mais interessante e talvez mais elegante. Eu poderia falar francês ou combinar o cinto com o sapato. Mas, perto do que eu sinto, tanto faz o sapato. Tanto faz se o lixo de sexta ainda fede na cozinha ou se beberemos aquele champagne que eu não posso pagar. Eu não ligo mais. Acordo todos os dias e procuro não pensar em nada. Apenas faço o que parece necessário e o que parece que preciso fazer. Não questiono mais se o que faço é útil ou importante. Apenas faço. Como a puta que obedece às ordens do cliente. Me fodo todos os dias e nem gozo. Faz tempo que eu desisti de tudo isso que você e todo mundo procura. E ainda assim, eu não me sinto inferior. Dói do mesmo jeito. Pra todo mundo.
WILTON ISQUIERDO
wiltonisquierdo.blogspot.com
quarta-feira, 6 de janeiro de 2010
segunda-feira, 4 de janeiro de 2010
viageiros
"Esta vida é uma viagem; pena eu estar só de passagem."
PAULO LEMINSKI
"Para quem viaja ao encontro do sol é sempre madrugada…"
HELENA KOLODY
domingo, 3 de janeiro de 2010
Jesus Mastercard est
Cansado, desceu da cruz e foi às compras.
O PAI nada fez, pois Nele habitava o livre-arbítrio.
CLÁUDIO COSTA
micro-pilulas.blogspot.com
Admiração
- Que sobrancelhas lindas as dela!
- Que nada! Deve estar se odiando aí no caixão, não deu tempo de pintar os cabelos.
EUMAR SICURO
in: "A Brisa é Você - coletânea de minicontos" (2009)
sábado, 2 de janeiro de 2010
sexta-feira, 1 de janeiro de 2010
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