quinta-feira, 6 de outubro de 2011

foz, 40 graus


Pelos meus 6, 7 anos morei em Foz do Iguaçu.  Casa de madeira, alugada, entre a Capitania e a Av Brasil, onde eu ia sob 40 graus, guarda-chuva para proteger os miolos, mas os pés descalços - sapatos, só pra ir ao colégio das freiras - marcados pela quentura ura ura da terra, comprar uma ou outra coisa pra minha mãe, que segurava a onda sozinha.  Meu pai, riscando de tratores o chão paraguaio, sempre distante. Lá, escolhi o primeiro presente que dei a mim mesmo: uma pequenina Rural Willys de plástico (com um dinheirinho inocentemente subtraído da gaveta do criado-mudo - e cego, graças a Deus - da mãe). Lá, meu primeiro gibi, Rocky Lane, personagem de far west (naquele tempo, a pronúncia era farrvéste). A primeira Copa do Mundo, quando escutei pela primeira vez falarem de um tal Vavá. O primeiro helicóptero de verdade pousando num campinho de futebol; acho que era o Governador.  Ah... e lá, conheci a Irene, eu aos 7, ela aos 12, minha primeira  e inesquecível experiência de contato com uma MULHER. Nada de mãe, irmã, primas, tias, professoras... uma MULHER de verdade, daquelas que faz descobrir-te HOMEM (*). Quem sabe, um dia, eu explore isto melhor. Por enquanto, fico apenas neste comentário, postado no "blog às moscas", do Rodrigo Madeira, lembranças de uma saudosa Foz, pago sagrado do menino-poeta personagem da velha "kodak instamatic 101". Abração...

(*) Ela apenas deixava enganchar-me no seu braço, a caminho da escola! Bom esclarecer, né? Até Casanova foi menino.

Um comentário:

rodrigo madeira disse...

é isso aí, raulzito.
bem que sempre desconfiei de algo "foz iguaçuíno" em vc.

ganhei mais um vizinho de porta, mais um amigo de infância.

abraço.