quarta-feira, 16 de setembro de 2009

(...)


Abro aspas para o silêncio que nasceu de nós

Aninhou-se em minha boca
semente de sonho no ventre seco da inércia

A verdade é só minha
embora os espelhos exijam retratação
e os estilhaços me singrem
expondo meu espólio
de cicatrizes invisíveis

Na lista de meus crimes deve constar
que matei a saudade

afogada

numa poça de ódio.


IRIENE BORGES

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