quarta-feira, 11 de julho de 2007

Arte fora de contexto é lixo?


"Numa experiência inédita, Joshua Bell, um dos mais famosos violinistas do Mundo, tocou incógnito durante 45 minutos numa estação de metrô de Washington, de manhã, na hora do rush, despertando pouca ou nenhuma atenção. A iniciativa foi do jornal "Washington Post", com a idéia de lançar um debate sobre arte, beleza e contextos. Ninguém reparou também que o violinista tocava com um Stradivarius de 1713 - que vale 3,5 milhões de dólares. Três dias antes, Bell tinha tocado no Symphony Hall de Boston, onde os melhores lugares custam 100 dólares. Ali na estação de metrô foi ostensivamente ignorado pela maioria, à exceção das crianças, que, inevitavelmente, paravam para escutar Bell... Segundo o jornal, isto é um sinal de que todos nascemos com poesia e esta é depois, lentamente, sufocada dentro de todos nós. "Foi estranho ser ignorado" disse Bell, que é uma espécie de 'sex symbol' da música clássica, vestido de jeans, t-shirt e boné de basebol, interpretou "Chaconne", de Bach, que é, na sua opinião, "uma das maiores peças musicais de sempre, mas também um dos grandes sucessos da história". Executou ainda "Ave Maria", de Schubert, e "Estrellita", de Manuel Ponce - mas a indiferença foi quase total. Esse fato, aparentemente, não impressionou os usuários do metrô. "Foi uma sensação muito estranha ver que as pessoas me ignoravam", disse Bell, habituado ao aplauso. "Num concerto, fico irritado se alguém tosse ou se um celular toca. Mas no metrô as minhas expectativas diminuíram. Fiquei agradecido pelo mínimo reconhecimento, mesmo um simples olhar", acrescentou. Ellsworth Kelly, Diretor da National Gallery, não se surpreende: "A arte tem de estar em contexto". E dá um exemplo: "Se tirarmos uma pintura famosa de um museu e a colocarmos num restaurante, ninguém a notará". Este texto me foi enviado pelo amigo Jayro Eduardo Xavier, de Sampa. Achei interessantíssimo. O título do post é meu. Para pensar a respeito.

Veja o filme no Youtube:
http://www.youtube.com/watch?v=hnOPu0_YWhw

E este é o link para o original do Washington Post:

5 comentários:

Rodrigo disse...

o meio também é a mensagem

- e o espírito do tempo?

quando este violinista está ensaiando, em casa, ele está fazendo arte?

Rodrigo disse...

o problema é que a arte não consegue viver fora da cultura e desses seres que se consideram humanos

Natália Nunes disse...

Hum.
A minha opinião imediata, e parcial, é discordante da afirmação do post. Não acho q a arte necessite de contexto, mas concordo q, por vários fatores, a atenção para a poesia, dentro e fora de nós, vai arrefecendo, se não estimulada.

É uma boa questão a se pensar...

Rodrigo disse...

este post é contexto de arte

dimmy_futilidades disse...

Perfeito! No fim das contas o mais importante pra maioria das pessoas é se encaixar em algum contexto usando a arte pra isso. No fim das contas, o que conta pra maioria das pessoas é a tal da "atitude", a arte em si sempre fica em segundo plano.