domingo, 10 de julho de 2011

(nota de rodapé de árvore)


voltei há um ano.
comi amoras no pé, as mesmas amoras.
   
o pé era o mesmo,
meus pés cresceram.
           
não voltei para casa
deliciosamente espancado,
com a hering exangue do
fruticídio.
   
e já não aconteceu
o limão frutificar,
entre flores de maracujá,
num dos galhos invisíveis.
   
a amoreira, sem criança
que pese no durame,
se não escrevo o poema,
não passa de uma amoreira.
  
  
RODRIGO MADEIRA

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