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quinta-feira, 28 de julho de 2011
A pedido
Pediram-me um soneto rendilhado,
Feito de luz e sombra, e de perfumes;
Que o verso fosse terso, ethéreo, alado,
E que brilhasse como vagalumes;
Que eu fizesse um soneto aprimorado,
Sem provocar dos novos negros ciumes;
Que fosse sóbrio como um namorado
Que não tivesse amôr e vãos queixumes.
Fiz os primeiros versos num instante,
Todos serzidos de beryllo e rosas,
Com “laços d´oiro” e gemmas do Levante.
Mas ao passar pra o último tercetto,
Achando as rimas futeis, desgraciosas,
Rasguei sem terminar o meu soneto.
FRANCISCO GASPAR
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