Essa sensação de ir descalço, a camisa
cheirando a sol de varal.
Tu, minha mulher, eras corrente e água calma,
as oscilações da palha e trigo.
as oscilações da palha e trigo.
Teu corpo arvorava nos lábios indecisos ou nos cabelos?
Na encosta da cinta ou nas dunas dos seios?
Quando começavas a te revelar? No desejo apetecido
ou na fome de um filho?
Como definir se a luz deitou as vestes?
Cumprias distâncias em mim.
Madrugando não alcançaria.
Venho de tua lonjura, os braços eram remos
no barco e aço da âncora.
Acostumado à extensão das raízes,
não sobrevivo no vaso dos pés.
Passei a vida aprendendo a respeitar teu espaço.
Como povoá-lo após tua partida?
FABRICIO CARPINEJAR
Nenhum comentário:
Postar um comentário